terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Brif,bruf,braf


No sossego do pátio, dois meninos brincavam a inventar uma lingua especial para poderem falar entre si sem que ninguém os entendesse.


-brif, braf - disse o primeiro.

-braf, brof - respondeu o segundo. E desataram a rir.


À varanda do primeiro andar estava um bom dum velho a ler o jornal e, debruçada à janela da frente, estava uma velha nem boa nem má.


- Que tolos são, aqueles meninos - disse a senhora.


Mas o bom do homem não estava de acordo: - Eu não acho.


- Não me diga que percebeu o que disseram.

-É claro que percebi tudo. O primeiro disse: Que bonito dia. O segundo respondeu: amanhã ainda vai estar melhor.


A senhora franziu o nariz mas manteve-se calada, porque os garotos tinham recomeçado a falar na sua lingua.


- Marasqui, barabasqui, pippirimosqui - disse o primeiro.

- Bruf - respondeu o segundo. E desataram outra vez numa risota.


- Não me diga que agora também percebeu! - exclamou indignada a velha senhora.

- Não tenha dúvida, perebi tudo - respondeu sorridente o velhote. - O primeiro disse: como é bom estar no mundo. E o segundo respondeu: o mundo é belissimo


-Mas será que é mesmo belo? insistiu a velha.

Brif,bruf, braf, respondeu o velho


história retirada de "Histórias ao Telefone" do pedagogo Gianni Rodari

1 comentário:

Anónimo disse...

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